March 06, 2008

Another time, another space

Começo esta atualização deste procuradíssimo espaço fazendo uma reflexão de seu conteúdo. As vezes me pergunto se vocês, caros leitores, já não estão de saco cheio de ler aqui (quando lêem...que pretensão a minha) minhas visões oníricas, minhas experiências romantizadas ou mesmo minhas alegorias para descrever, e por vezes camuflar, um estado de espírito que se perpetua.

Não os culpo caso a resposta à pergunta acima seja sim. Mas já antecipo: não estou de saco cheio de escrever sobre isso. Mesmo porque, a razão de ser deste blog são meus posts e tenho o "defeito" de ser um pouco pseudo-lírico, alegórico e por vezes até com pouco pedante. Qualidades ele tem também, eu acho que algumas coisas são até bem escritas...é da pro gasto.

Pisco os olhos....o computador que estava na minha frente desapareceu. Olho ao meu redor e não estou mais em casa. Estou em uma longa rua ladeada de casas coloridas.

As casas eram do tipo que se vê em filmes: jardim, garagem..the whole nine yards mas a todas as casas faltava uma coisa: pessoas. A rua também estava deserta. Certamente não esperava tal cena visto que estava em um belo dia de sol..seja lá onde estivesse.

Resolvi descer a rua e procurar algo que pudesse me dar alguma indicação de onde eu estava, ou mesmo de quando eu estava visto que algo dentro de mim dizia que estava fora do meu tempo. Não sabia precisar se estava no passado ou no futuro, só tinha uma intuição de que não estava no "hoje" que tinha deixado.

Segui rua abaixo. Meus passos ecoavam no silêncio sepulcral que tomava aquela rua bucólica e, aparentemente, sem fim. As casas coloridas se sucediam, sem jamais aparecerem duas remotamente parecidas. Algumas que surgiam eram extremamente simples, outras luxuosas, outras modernas..mas sempre diferentes uma da outra.

De repente, ouço um barulho: meu celular está tocando. Fique imaginando como ele foi parar ali visto que ele estava em cima da mesa do computador e não no meu bolso como agora. Resolvi atender:

- Alo?
- Oi amor, sou eu... onde você está?
- Estou em uma rua de casa coloridas...quem é?
- Hahahaha...você sempre acha uma maneira de me fazer rir... por isso que amo você assim. Que bom saber que você está chegando, até daqui a pouco. Estou te esperando.

Antes que pudesse responder, ela ja tinha desligado. Quem era aquela pessoa? Continuei descendo a rua com essa pergunta na cabeça. Quem era essa mulher que me ligou e que aparentemente mora em uma rua onde ninguém mora?

Uma brisa suave agitava as árvores e passou por meu rosto. Eis que sinto algo...um cisco. O vento trouxe um pouco de poeira. Pisquei pra ver se não sentia mais o incômodo.

Ao abrir os olhos estava novamente sentado em minha cadeira em frente ao computador, atualizando o blog. Olhei para o relógio e percebi que não havia se passado nem 2 minutos desde que fui arremessado naquele universo. Onde fui parar? Quem era aquela mulher?

Perguntas sem resposta, pensamentos incompletos, divagações infinitas. Percebi que essas perguntas se aproximam muito do conteúdo de muitos posts deste blog. Sendo a diferença mais distinta entre os dois o fato de este espaço não ser uma ferramenta de busca pela resposta de nenhuma das perguntas e questionamentos levantados nesse quase um ano de postagens ao contrário dos pensamentos que habitam e das questões que torturam minha mente.

9 comments:

Lila Yuki said...

Penso num blog como uma ilha isolada na qual você lança garrafas contando coisas. Acho que a sensação de poder dizer a todos sem dizer a ninguém possibilita que nós demonstremos coisas que estão dentro de nós e não somos capazes de assumir.
Ou estou com sono demais. Pode ser.

Cesar said...

Bernardo e suas fantasias. Já falei para você escrever uma em formato de conto erótico. Seria viajante.

Anonymous said...

Eu voto no negócio do conto erótico também!

ghfdc said...

Perdido? Bem feito, quem manda sair de casa sem consultar o google maps antes...

E também gostei da idéia do conto erótico!

Um abraço!

Cinthia Pascueto said...

Impossível cansar da forma que vc escreve. Até minha mãe gostou!

Acho que seria realmente interessante a idéia acima. Mais um voto O/

Beeijo!

Anonymous said...

google maps é realmente uma ferramenta importantíssima pra quem não quer nunca ficar perdido

Jiroumaru said...

Pelos comentários o negócio é ganhar dinheiro com pornografia mesmo.

Luiz Fernando said...

bom cara não sei se isso te deixa feliz mas não cansei do seu blog
acho que são até bons relatos

só espero que você ache a estrela

Bia Seilhe said...

Bê, pode parecer pedante, mas eu gostei desse post. Não sei o motivo, mas tem um sarcasmo no início e todas as questões que ainda não lhe foram respondidas. De certa forma, é quase você ali.

Acho que é inevitável o blog não apresentar o estado de espírito que está no seu autor. Tudo é como se fosse um espelho aonde podemos jogar nossas frustrações, nossos medos e dúvidas de forma humorada ou não. Admiro seu pseudo-lirismo, porque não conseguiria escrever com tantas metáforas como você faz. Alusões não são muito a minha área.

E agradeço ainda a falta de um texto em alguma língua estrangeira que não conheço [todas, menos inglês] nesse ano. ;]

Brincando. Até amanhã em mais um dia ecoíno...