April 24, 2008

Goodnight Kiss

O alarme toca. No meu caso, meu celular toca...acho que tocar não é a palavra que define o que esse treco do tamanho de uma barra de chocolate faz. Acho melhor mudar o verbo: meu celular berra. É a alvorada de mais um dia, que não necessariamente significa renovação como se pode imaginar. No meu caso o raiar de um novo dia nada mais é que o reinício da tortura diária que se tornou minha rotina.

Em um primeiro reflexo estico o braço esquerdo para calar o maldito telefone que insiste em querer me retirar da cama que, nessas horas, está no auge de seu aconchego e implora que não seja abandonada. Vou tateando na mesa e finalmente encontro o dito aparelho e o silencio. Uma sensação de alívio toma conta e resolvi cochilar por mais alguns minutos.

Dez minutos depois eis que o maldito despertador travestido de celular toca novamente...toca não se descabela. Nessa segunda vez a impressão que tive é que ele foi mais estridente que a primeira vez. Pouco importa, era hora de me levantar. Busco na mesa meus óculos e, ao encontrá-los, os coloco e resolvo consultar meu relógio/celular (quantas utilidades esse aparelho possui não é?). Ao fazê-lo tenho uma constatação que me enche de alegria e ódio ao mesmo tempo e na mesma medida: hoje é sabado. Não deveria estar acordando cedo...este maldito aparelho não deveria ter berrado duas vezes mas o fez.

Resolvi, então, tirar os óculos e ficar mais um pouco na cama. Sinto uma sensação estranha, como se algo faltasse naquele momento. Em um esforço mental tento descobrir o que está causando essa sensação. Deduzi que essa sensação era decorrente do sonho que tive durante a noite. Cheguei a essa conclusão baseando-me em esperiências anteriores pois sempre que tinha um sonho bom onde não estava mais sozinho eu acordava com um vazio enorme mas, como não me lembrava direito o que se passara em minha mente naquela noite, provavelmente isso reduziu a sensação de solidão.

Reduziu não...pensando bem acho que ela foi mascarada. Talvez pela ignorância a que minha consciência resolveu se submeter provavelmente com o intuito de se auto defender da dor de estar incompleto.

Ainda na cama, resolvi seguir a linha de raciocínio que estava se formando. Essa sensação de vazio não era incomum, especialmente após sonhos ou eventos que se transcorrem ao redor. Na verdade ela sempre está presente, só que as vezes ela se camufla. Então porque dess...

O sono voltou. Minha consciência novamente capitulou entregando o controle da mente ao inconsciente que quase nunca consegue se manifestar de maneira concreta...quase.

3 comments:

Tatiana said...

Quem garante que dormindo sua alma não foi encontrar com outra? Dizem que isso acontece quando dormimos...Talvez por isso acordou com a impressão de não estar só e vazio.

Luiz Fernando said...

eu acho que você devia desprogramar o despertador do celular...

Bia Seilhe said...

Acordar cedo num sábado, quando é totalmente desnecessário, é muito mais do que frustrante...

;]