Deep Sea Blues

Esta é uma postagem aleatória. No sentido de que estou escrevendo o que se passa pela cabeça sem o menor tipo de filtro. Mentira, com algum filtro já que é preciso, de certa forma, encadear as ideias para que eu faça algum sentido.

O que se passa, aqui no meu isolamento? Nenhuma sensação antiga desapareceu, a única "novidade" é a saudade do lar que aumenta a cada dia.

Mas não vou discutir isso, tal tema já foi abordado antes.

Faz um bom tempo que não escrevo nada contemplativo, talvez tenha perdido a prática...talvez tenha perdido a capacidade de olhar para mim mesmo e refletir, talvez esteja somente cansado devido ao final de período e ao stress de estar fora de casa, talvez seja tudo isso somado a outros problemas que nunca me abandonam.

Não vou postar sobre a "arte" de escrever em um blog, isso também já foi abordado.

Engraçado, sinto que estou sem a menor criatividade nem inspiração...mas perai..eu já abordei isso também. Então o que falta falar sobre? Tenho certeza que muita coisa, só não vejo nada que possa interessas minimamente vocês, caros leitores e enxeridos.

Talvez seja efeito do tempo nublado, afinal de contas busco freqüentemente minha inspiração no céu...talvez sejam estes dias atípicos que venho tendo, talvez seja o sufocamento da mente devido a algumas sensações ruins...não sei.

Postei hoje mais pra não deixar esse blog morto e abandonado, como quem vos fala. Ele está vivo e se manterá assim até quando eu conseguir encontrar algum sopro de inspiração que seja capaz de propelir meus dedos no teclado.

O mistral sopra, as velas se inflam e o barco segue seu rumo para o conhecido-desconhecido. Estou só nessa jornada que não sei quando termina. Ouço somente o barulho do mar batendo contra o casco da minha embarcação. Seu nome? Não a batizei, achei que não seria justo dar um nome vindo de uma mente em litígio.

Tento procurar nas estrelas uma rota para seguir mas nada consigo descobrir. Estou à deriva no vasto, escuro e solitário oceano. Sobre minha cabeça o manto estrelado e sob meus pés seu espelho: o mar. O vento gelado sussura algo incompreensível. Tenho a impressão que ele não quer me dizer nada, só impedir que sinta calor na cálida noite.

Estou só sendo observado pelas estrelas. Meu veleiro, meu único companheiro, me acolhe para uma noite de sono. Amanhã é um novo dia, o caminho precisa ser trilhado. Vou descansar com alguma esperança, afinal esta pode ser a última noite que estarei só na imensidão.