September 10, 2007

Ad Astra


As vezes não olhamos pra ele. Quase nunca olhamos pra ele simplesmente para apreciá-lo, ou para pensar ou simplesmente sem motivo aparente algum.

O céu. Meio por onde trafegam todos os dias milhares de pessoas, terabytes de informação, onde são lançados toneladas de detritos industriais, onde milhões de pássaros voam, onde tempestades se formam, berço dos raios ou, como é moda nos últimos anos: a grande fronteira da humanidade.

Mas não se deve esquecer o papel libertador que ele pode exercer. Ele pode ser o veículo libertador dos pensamentos e das emoções, ponto de partida para viagens com o espírito, embora nossa presença física ainda esteja fincada e enraizada aqui embaixo.

Através dele, entramos em contato com as estrelas, com a lua que tanto inspiram artistas e apaixonados. Tal percepção pode ser exemplificada de várias maneiras mas me vem a cabeça uma poema:

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.

Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.

Manuel Bandeira
(do livro "Estrela da vida inteira")

Interessante como pontos coloridos no firmamento podem tocar o coração e a alma das pessoas. Talvez por serem inatingíveis ao toque, pelo mistério que as envolve (apesar da ciência insistir em torná-las "frias" à percepção humana), talvez espelhamos nelas nossas emoções, nossos anseios, nossos desejos, muitas vezes elas são veículo para atingirmos algo maior, um contato mais próximo com Deus, seja qual for a crença da pessoa em questão.

Enquanto escrevo este post, faz uma linda noite la fora. Sem nuvens para se colocarem entre o corpo e o espírito, a lua se escondeu mas as estrelas estão lá, como sempre estão a cada dia, todos os dias.

Apesar de diário, não me canso de tal espetáculo, minha mente anseia as asas dadas pelo firmamento, deseja voar para bem longe do nosso meio mundano.

Pois bem, acho que é hora de viajar.

6 comments:

Vivian said...

O céu sempre me faz pensar que estamos vendo algo que já morreu, mas que só agora percebemos. Olha a viagem....
=**

Jessy said...

oq vc usou?? hahaha
brincaaando..
o texto tah bonito... mas mto viajante...
pare de olhar pra cima, tem uma arvore vindo na sua direção

beijos

Unknown said...

Esse topico merecia akela nossa foto no pao de acucar ^^
beijos bibe
vc deve ta cheio ja de me ver heheheh

Cesar said...

Interessante considerar o fato de que em seu último post vc disse estar sem inspiração. E não é que a maldita acabou caindo do céu?

Anonymous said...

Alguém andou tomando psicotrópicos ilegaaaais... Menino malvado, tsc tsc.

Mas relaxa porque eu tomei também, meu post de hoje reflete isso.

E eu sempre paro pra pensar no céu, sabe? Fico até me sentindo meio idiota, mas ele está tão... Out there! Difícil evitá-lo.

;*

Ah, a periguete passou pela sala hoje com as bochechas mais rosadas do que nunca! Hoje foi você que estragou a piada.

Bia Seilhe said...

E depois de uma conversa sobre céu e estrelas no msn, um post!

Já falei que eu também fico encarando esse sujeito, não?

Acho que viajei também...