July 28, 2008

L'autre côté

Continuo aqui fazendo meu pseudo-diário de minha estada aqui na capital paulista. Inspirado pelo post no blog, e movido pela insistência de um amigo, fui comer o tal do cachorro quente com purê antes de "sair de balada". Ou como dizemos nós cariocas, ir pra night.

Muito bem. O lugar escolhido era famoso entre o pessoal daqui e a prova disso era a grande fila que se fazia em frente ao casarão que abriga a lanchonete nas imediações da Avenida Paulista. Era uma noite de céu claro e tempo frio: 10 graus. Todos estavam com seus casacos, que por algum motivo as pessoas daqui chamam de camisa, e aguardavam seus recheados sanduíches. Pedi o meu e aguardei. Rapidamente ele estava comigo...era o teste final.

O cachorro quente em si é ótimo mas ainda não me acostumei com o conceito de colocar purê nele. Sei la..a idéia é toda esquisita. Ele junto com os molhos formam um tipo de argamassa que diminui bastante a sujeirada que se faz quando se come um cachorro quente cheio de molho.

Outro capítulo a parte da vida noturna de São Paulo são as "baladas". Nesse final de semana fui a uma na Vila Olympia. Um lugar muito bom com um bar enorme no piso superior, com sofás e mesas, e no andar de baixo se encontrava a pista. O conceito de consumação não existe aqui: você paga pra entrar e o resto se paga por fora, ou seja, sua noite maltrata muito mais o bolso. E o povo daqui nesses lugares...parece que estou em outro planeta. Você troque os tradicionais marrentos-wannabe-lutadores pelos playboys com cara de pagodeiro e cabelos moldados com gel. As mulheres, muitas vezes bonitas, andavam pela casa aguardando o "bote" e enquanto ele não vinha, fazem caras e bocas enquanto conversam com as amigas.

Outro capítulo interessante nesta viagem foi a Liberdade. Pra quem não sabe, este é o bairro japonês daqui de São Paulo, onde encontra-se absolutamente qualquer coisa: de eletrônicos e bugigangas, até todo tipo de quitute japonês. Um dia bom para se ir lá é domingo devido a feira que acontece na Praça da Liberdade. Nela além das quinquilharias, você encontra barracas que vendem delícias como os hanamakis e os tempuras de camarão, além dos tradicionais sushi e yakisoba. O problema é que parece que a cidade inteira aparece por lá, logo é lotado, mas vale a pena a visita. E depois sugiro comprar um palito de melona: um sorvete coreano de frutas que tem a textura do chicabom..entendeu? Não? Então prove e chegue as suas conclusões.

De resto o de sempre: a luta contra o trânsito é inglória e nunca se consegue vencer sempre. O meu sotaque continua, as vezes, implicando em um sorrisinho de canto de boca por parte dos locais e o povo daqui é esquisito.
Logo estarei de volta ao Rio, onde o blog retorna a programação normal aprontando todas com uma galerinha do barulho, detonando uma verdadeira guerra contra o mau humor deixando o baixo astral de lado.

11 comments:

Tatiana said...

O conceito de consumação tb está deixando de existir aqui no Rio... Esse find fui na Melt e lá mulher paga 20,00 para pisar e homem paga 40,00(eu disse quarentaaaa! SÓ PARA PISAR)aí vc acaba bebendo uma coisa ali outra aqui e quando vê sua conta deu um absurdo e seu bolso sai extremamente agredido...

Cesar said...

Nessa hora a lei seca vem a calhar né Tatiana? Vende o rim pra entrar mas não precisa vender mais nada pra consumar.(Tá, eu sei que, neste caso, é consumIR, mas aí num iria rimar.)

Anyway, quer dizer que eles ficam com careta quando escutam o carioquês é? E o que eles sabem sobre sotaques? Afinal de contas, o que é aquela porra enroladora de lígua que eles usam no dia dia, hein? Se bem que, poderia ser pior; eles poderiam ser argentinos.

Estamos no aguardo de seu retorno tio. E cuidado com estes paulistas, eu ouvi dizer que eles roubam a alma das pessoas, cortam suas cabeças e as usam como chapéu....

Jiroumaru said...

A única vantagem se SP existir é que a gente acha o Rio um pouco menos pior.

Bia Seilhe said...

Uma argamassa... Era isso que eu pensava mas não sabia descrever quando imaginava o purê.

Nossa! "Sair pra balada" é uma visão do inferno! Gel no cabelo? Cara de pagodeiro ?(aaaaaaaaaaaaaaargh)

Que situação....

Fiquei com vontade de conhecer a feirinha...

Beijo, Bê!

Lila Yuki said...

Melona de melão é o que há!!!
São Paulo é uma terra estranha, mas cachorro quente com purê E batata-palha suja bem menos rsss...

Aproveite sua estada aí =D

ghfdc said...

Então, "os mano" são bizarros, e "as mina" são bonitas?
Imagino que, se as nativas não tiverem preferência pelo estilo dos nativos daí, você tenha "se dado bem", então...

Curiosidade mórbida: "os mano" com os cabelos moldados com gel também o "pintam" (não sei qual o termo técnico), deixando os cabelos com 2 cores, ou seja, ainda mais bizarros? Estou me referindo àquele troço castanho escuro/loiro-água-oxigenada... Não sei se consegui me fazer entender...

Ah, não importa.

Um abraço!

ghfdc said...

Esqueci de comentar: cobrar consumação mínima não é questão de "conceito"; é simplesmente ilegal... Só continuam fazendo isso porque essa tal de "Lei" não vale nada.

Lila Yuki said...

Relendo isso, fiquei com vontade de comer batata frita com calda de chocolate e sorvete de morango com sonho de valsa. Estranho?

Cinthia Pascueto said...

Sei lá, pra minha origem interiorana, ir pra night é tão estranho quanto balada. E eu nem faço muita idéia de como que as pessoas falam isso lá na minha terra.

"Bolacha" é terrível.

Curiosidade quanto ao sorvete Coreano.

;**

Anonymous said...

Não consigo achar normal esse negócio de balada e nem o purê no cachorro quente.

Mas tenho muita vontade de ir na Liberdade e na galeria do rock também!

=*

Vivian said...

Cachorro quente prensado é a única coisa boa vinda de SP. Porque, sério, a cidade é MUITO feia. Eu acho que, já que São Paulo tem 15 milhões de pessoas e um dialeto próprio , eles deviam ser independentes do retso do país, como um Vaticano. Eles são não fazem isso pois serão como o Paraguai, sem saída para a mar e precisariam de vuisto para passar o final de semana em Santos.

=**