June 24, 2008

Perpendicular Waltz

Talento. A wikipédia define como:


"Talento, vocação ou dom é também o nome que se dá a habilidades artísticas. Assim, afirma-se que tal pessoa tem talento para a música, ou talento culinário, ou talento para lidar com crianças, por exemplo.
(...)
Atualmente, usa-se o termo talento para designar habilidades inatas das pessoas, ou capacidade natural para realizar determinadas atividades."

Louva-se aquele que possui talento. Nada mais justo afinal ela possui um dom: seja ele qual for. Alguns são úteis como o dom de escrever, de liderar massas (esse muito interessante), o da fala e afins. Outros são inúteis como o de abrir garrafas de cerveja com os dedos dos pés ou de falar correntemente de trás pra frente.

Dizem os otimistas que todos nós possuimos estes talentos, cada um foi ungido com um na concepção. Está no nosso DNA. Eu discordo totalmente dessa afirmação. Existem, sim, pessoas que são totalmente desprovidas de qualquer capacidade desejável ou não (hellooo!) e que conseguem, por força de habilidade social, ocultar o fato por meio de artifícios como palavras soltas durante a fala (hellooo!) ou uma aparência desejável (no way =p).

Mas me considero um "cheerful pessimist" (thanks Cesar). Ou seja: acredito que aqueles desprovidos de talentos naturais podem desenvolver algum tipo e que este seria quase (eu disse quase) tão bom quanto aqueles que fizeram absolutamente nada para possuí-lo. Lendo esta frase anterior me veio à cabeça um raciocínio: todos os talentos que enumerei como inúteis são aprendidos, ou seja, os "dons" fúteis são adquiridos ao longo do tempo, o que torna mais sombrio ainda o meu pessimismo.

Eu explico: se aqueles sem nenhum tipo de talento (self pointing fingers) precisam adquirir algum para se sobressair em alguma coisa e se algumas pessoas buscam aprender o tipo de coisa que citei, isso reduz mais ainda o contingente daqueles "destalentados" que buscam aprender algo que preste.

Vejo a vida exatamente como isso: a busca pelo aprendizado de algo que preste pois de porcaria estou de saco cheio. Isso é fácil de aprender. Não é preciso esforço algum: esse tipo de coisa vem a você. É incrível! Ah sim...e dificilmente se esquece das porcarias que se aprende na vida. É como se o cérebro gostasse desse tipo de "memória fácil".

Mas faz parte da natureza do corpo humano, e por conseguinte do homem. Nosso corpo gosta de coisas fáceis: sentar no sofá e ver TV, por exemplo. A mente humana idem: por mais que a pessoa aceite positivamente mudanças, o "agora" por ser conhecido, ou seja mais fácil de lidar pois já se pode prever como funciona, é mais agradável e desejado mesmo que inconscientemente.

Ou seja, somos todos um bando de preguiçosos, alguns preguiçosos talentosos e outros, infelizmente não. E estes precisam vencer a preguiça para tentar se aproximar daqueles agraciados.

5 comments:

Jiroumaru said...

Isso também se resume em: cabeça vazia é a oficina do capeta.

ghfdc said...

O que diferencia o ser humano do resto dos animais (ou, pelo menos, deveria) é justamente o cérebro, que permite a este "fazer e acontecer" desde que se deu conta de que tem polegares opositores...
É essa versatilidade que nos coloca no topo da cadeia alimentar! Se existe algo que não somos capazes de fazer, basta praticarmos e adquirirmos a habilidade necessária (sendo que os limites máximos de proficiência em algo dão dados pelo DNA de cada um)!
"Talento", talento, mesmo, realmente, é a força de vontade necessária para se "quebrar" a inércia!

Um abraço!

Cesar said...

Procrastinação é foda, se não tomarmos cuidado a filha da puta domina mesmo. Talvez o fato de termos talentos para determinadas coisas e estarmos conscientes dissso, nos torne apenas mais preguiçosos ainda.

Lila Yuki said...

Eu posso sugerir um novo tema para você. Porque realmente somos preguiçosos talentosos. Mas existem os surtados que se ocupam com a maior quantidade de atividades possível porque assim não precisa pensar muito.

Bia Seilhe said...

Concordo com você.

Já aceitei que não tenho talento algum, mas queria descobrir qual o que presta e que eu deveria aprender... Incógnita!

Ah! Adorei os parenteses, me identifiquei com eles.

Beijo!